Vozes do Joelma: Os Gritos que Não Foram Ouvidos - Marcos Debrito, Marcus Barcelos, Rodrigo de Oliveira, Victor Bonini e Thiago Toy
Ficha Técnica:
Título: Vozes do Joelma: Os Gritos que Não Foram Ouvidos
País: Brasil
Autores: Marcos Debrito, Marcus Barcelos, Rodrigo de Oliveira, Victor Bonini e Thiago Toy
Gênero: Suspense/Terror
Tipo: Antologia
Ano de Publicação: 2019
Editora: Faro Editorial
Páginas: 286
O incêndio que ocorreu no Edifício Joelma em 1974 foi um dos maiores já ocorridos na cidade de São Paulo. Deixou 187 mortos e mais de 300 feridos.
O prédio se localizava na Praça da Bandeira, no Vale do Anhangabaú.
Mesmo depois de 50 anos, esse acidente provoca coisas na nossa imaginação devido à sucessivos acontecimentos que deixariam até mesmo o mais cético com os pelos da nuca eriçados.
Os índios que viviam aqui já sabiam do que se tratava o local. Não obstante chamavam de Anhangabaú: águas do diabo/inferno.
O Crime do Poço ocorrido em 1948 por um químico da USP, no exato local onde mais tarde seria construído o prédio, só serviu para trazer mais desgraça para o local. Mas ninguém nunca levou a sério. “Superstição”, diziam.
Esse livro traz uma nova versão sobre os acontecimentos que, para ser sincera, tinha que assistir pelo menos um episódio de Barbie Life in a Dreamhousepara dormir sem ver os vultos que Pablo ou Samara viam antes de sucumbirem.
O livro é marcado por quatro contos, intercalados por prefácios de um ser que me aparenta ser o Diabo. Sempre que ele fala, as páginas são pretas e, honestamente, não sabia que Satã falava tão certinho.
Na sequência, temos quatro contos, cada um de um autor:
Marcos Debrito: Os Mortos Não Perdoam – a versão novelizada do Crime do Poço traz vários sentimentos, mas principalmente que algo te espreita à noite. Pablo, cansado por sua mãe e suas irmãs mais novas sempre implicando com sua namorada, Isaura, ele as assassina e as joga em um poço que havia contruído no quintal de casa. Quando a polícia o encontra, procurando saber do poço, Pablo se mata, na exata hora em que eles encontram os cadáveres das três mulheres enterrados no poço.
Rodrigo de Oliveira: Nos Deixem Queimar – E se… o incêndio não tivesse sido causado exatamente por um curto circuito no ar condicionado, mas sim por uma moça que tentava se defender de um morto que havia sido acusado de pedofilia por ela injustamente e que agora buscava se vingar?
Marcus Barcelos: Os Treze – No momento do incêndio, tudo é desespero e caos. Na ânsia de sobreviverem, muitos tentaram descer as escadas e acabaram pisoteados ou queimados pelo fogo que subia pelas paredes. Outros tantos, tentaram subir até onde os helicópteros tentavam, em vão, resgatá-los pelo teto do prédio, mas acabavam mortos da mesma forma: o ar chegou a 900ºC, o suficiente para queimar qualquer via aérea. Treze pessoas entraram no elevador, achando que as portas os protegeriam contra o fogo e que eles conseguiriam chegar ao térreo e correr para os frescos braços da liberdade. Só que não. O fogo derreteu o cabo de aço do elevador e ele despencou. Os corpos ficaram carbonizados de tal forma que nunca conseguiram ser identificados. Essa história é sobre o coveiro do cemintério onde as treze almas foram enterradas, que, além de lidar com as treze almas, tinha de lidar com seus próprios fantasmas.
Victor Bonini: O Homem na Escada – num futuro hipotético onde o Edifício Joelma é um prédio invadido, uma mulher tenta se livrar do homem que violentou e engravidou sua filha pedindo ajuda a uma entidade que fica na escada do prédio. Honestamente, não entendi muito esse conto estar no livro (e só descobri que se tratava de um futuro hipotético porque eu fui pesquisar). É bom, legal, envolvente e me deixou morrendo de medo do zelador de pele azulada, mas fiquei meio ?.?
Maravilhosamente bem feito, desde a capa, passando pela diagramação até o conteúdo real dos contos, esse livro entra para a minha história, sobre como eu, ao mesmo tempo que queria ter impedido uma barbárie dessas, queria ter estado la para ver. (crazy much?)
Fun Facts:
A casa de Paulo Camargo, o Pablo de “Os Mortos Não Perdoam” não fica no exato lugar onde foi construído o Edifício Joelma, foi só um artifício da imprensa para dizer que o lugar do incêndio era amaldiçoado.
Antes mesmo da abolição da escravatura, o local servia como pelourinho, onde negros eram açoitados e torturados.
O progama Linha Direta, que sempre me assombrou quando era pequena só pela música de abertura, fez um especial do Joelma, de 45 minutos, que vocês podem assistir no Youtube aqui.
Amo histórias de terror, mas com certeza essa experência me ensinou a deixar para lê-las em qualquer horário do dia, menos de madrugada kkk
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